quinta-feira, agosto 28, 2008

Como uma “Bridget Jones”


















Essa capacidade fenomenal de dizer coisas absurdas nas horas mais impróprias, agir de maneira estranha em situações mais improváveis, e ser absolutamente imprevisível.
Gafes?????
Minha nossa quantas! (Risos)
Uma tendência memorável em fazer tudo aos avessos dos conceitos estabelecidos pela sociedade.
Eu precisava falar sobre esse livro, aliás,eu ansiava em falar sobre ele, ou será sobre eu?
Porque a sensação que se tem é exatamente essa, o livro foi indiscutivelmente feito "pra você".
Quando finaliza a página 319, tenha a leve impressão de que lhe colocaram no microscópio, andaram lhe observando, como sabem tanto a seu respeito?
Fantástico! Por quê?
Porque trata-se de um "personagem" comum, sobre uma mulher comum, e justamente aí está o ápice do enredo.
Somos nós, eu, você, ela, aquela. Mulheres comuns.
Em algum momento do livro você se encontra, em alguma situação familiar, uma "gafe" peculiar, alguma atitude similar, lá está você, sentindo-se uma "Bridget Jones", por ser exatamente essa a grande sacada de Helen Fielding, ela não somente torna a história interessante pela forma de se contar o modelo "diário", como pelo humor cômico e até negro em alguns aspectos.

Os defeitos, nossos defeitos, é essa a identificação instantânea, não é um personagem elaborado para que nossa imaginação fique aguçada a tal ponto de fantasiarmos ocasiões ou emoções, não mesmo, trata-se do oposto; justamente o lado "humano", sem o toque "mágico e inebriante" dos romances convencionais, esse faz prender o fôlego pelo simples fato de nos encontrarmos nele, e ressaltar os mais variados defeitos que nós mulheres em especial temos e muitas vezes preferimos "ocultar" ou "fingir" que não existem.
Claro o filme engraçado também tem seus méritos, mas nada como ler o livro e compreender cada detalhe precioso que se perde ao tentar reproduzir algumas obras.

Se desesperar com a balança? Com certeza deve haver algo de errado com ela, ou será comigo? Efeito sanfona, emagrece, engorda... Que ciclo vicioso!
Argh! Apavorada com aquela barriguinha saliente, e as celulites e estrias indesejada??? Não estavam ali ontem!
Devoradora de chocolates, sorvetes, pizzas, pipocas, guloseimas e afins em crises existenciais?Assistir programas de TV no sábado á noite por falta de companhia? (Detalhe: zapeando os canais na tentativa de achar alguma coisa interessante – Resultado: frustrada e consumindo algo calórico para compensar).
Brigas com as revoltas dos seus cabelos? Secador, escovas, chapinha... affff...
Derrubar o armário escolhendo por horas uma roupa para aquele encontro?
Sofrer por dor de cotovelo, abandono, traição, coração partido?
Beber por culpa, desprezo ou fracasso?
Fumante em potencial, lutar contra o vício?
Amar demasiadamente, doar-se em medidas desproporcionais?
Empenho obsessivo na área profissional, engolindo quantos "sapos" forem necessários muitas vezes?
Solteira? Casada? Eternos dilemas...
Tendência a relacionamentos complicados, ou seja: "grandes roubadas"!
Conflitos familiares desestruturando o equilíbrio das coisas.
Aventuras e risadas com os amigos, na tentativa de afogar as mágoas e encontrar soluções milagrosas para os problemas.
Se desdobrar em dez para ajudar as pessoas queridas que lhe batem na porta, sempre com aquele sorriso generoso.
Se jogar no sofá de pijama e meias, ouvindo "All By Myself" ou qualquer canção melodramática que faça você desidratar de tanto chorar.
Aguardar ansiosa (o grau de ansiedade ultrapassa a lógica) o telefone tocar, sendo assim acaba paranóica checando secretárias-eletrônicas, e-mails entre outros...
Almoços e jantares mirabolantes para "fisgar" alguém pelo estômago! (quem sabe funciona, né).
Ser totalmente atrapalhada e desajeitada, quase colocando tudo a perder, e provavelmente tentando consertar em seguida( algumas vezes com sucesso, outras nem tanto).
Não ter medo de se expor ao ridículo ou ser alvo de comentários e críticas por ser autêntica e verdadeira(algumas vezes até demais).
Ter metas e objetivos a cumprir e fazer de tudo para torná-los reais.
Fazer anotações sobre o seu dia-a-dia na tentativa de aprimoramento.
Ter surtos por essa ou aquela festa. Com que roupa ir? o que dizer? como se comportar?
Idealizar aqueles "momentos especiais"(mesmo que existam apenas em nossa cabeça).
Ter tido muitos "Daniel’s Cleaver" na vida, mas sempre espera por encontrar um "Mark Darcy"...

Em algumas dessas situações nos encontramos, com maior ou menor intensidade, mas o fato é que, existe uma "Bridget Jones" dentro de cada uma de nós, perdida ou a solta, e morremos de medo de que ela se manifeste.
Os amores, as paixões, confusões, decepções, vilões de nossas vidas, desafios profissionais, tudo nos remete a nossa realidade, o ser humano imperfeito e caricato que somos e muitas vezes mal nos damos conta de tal.

Quer saber?
Sou uma "Bridget Jones" muitas vezes, exceto pelos itens beber e fumar, mas boa parte de todas as outras coisas escrevem o enredo da minha vida. Como ela, pensem o que quiser, sou como sou, e para ser sincera, nem um pouco interessada em saber se me enquadro ou não nos padrões.

Sou Feliz droga! Dane-se!


Ps: O segundo livro: No limite da razão apenas continua a saga das "Bridgets Jones", e reforça a idéia de que nada é perfeito nem eterno, o "perfeito" também tem problemas, o "fator comum" novamente embala a trama.


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