sexta-feira, março 28, 2008

Aquilo que soa irreal




Eu não buscava palavras
Não espera aplausos
Nem aquela aprovação
Porque procura resignação?

Só queria seus braços
Esperava seu olhar me tocando
O gosto da sua boca na minha
A sua pele roçando o que tem em mim
Aquele aconchego prometido

Não queria supor que seria mentira
Nem inventar que poderia passar em vão
Mas me calou sua decisão
Nem se perdoou a intenção

Aquele vazio passou por aqui outra vez
sem promessas de ficar
apenas veio me visitar
bati a porta em sua cara
não vou mais me fechar
Já calei tempo suficiente

Isso pode ser uma sentença
De morte
Ou de vida
Que seja
Agora tanto faz
O que importa é me encontrar
Em outro lugar que não seja este

Apenas não sei o quanto me resta
Se isso é pouco ou bastante
Talvez eu me perca nesses dilemas
Mas é bom lembrar que ainda
Posso extrair o melhor do pior

Já é tarde
E esses elos estão desatando
Preciso encontrar o caminho
Para me libertar
Não de você
Nem do mundo
Mas apenas de mim



***

quinta-feira, março 27, 2008

Olhos tristes




Aquela senhora tinha os olhos tão tristes e profundos que seria impossível não ser tocado por eles, não bastasse isso, aquele olhar distante que implorava ajuda.
Seria tão mais simples, se eu virasse as costas e seguisse meu caminho,
Tão mais fácil banalizar aquela situação que se tornou corriqueira e incrédula de soluções.
Mas eu, ai, eu não consegui fingir que não estava vendo e sentindo isso.
Era apenas uma mulher maltratada pela vida, cansada de sofrer, abandonado á sorte.
Sentei-me ao seu lado, e lhe dei o que podia no momento, minha companhia, ela me sorriu, provavelmente espantada por essa atitude, mas receptiva.
O sentimento de compaixão se apoderou da minha pessoa.
Sempre tive um carinho especial por crianças e idosos, dois estágios de idade que merecem total carinho e respeito.
Ela me perguntou se eu tinha avós, eu sorri e disse que ainda tinha.
E começou a contar passagens de sua vida.
Apenas atenção, era tudo que precisava, alguns sorrisos, e palavras que os façam se sentir vivos.
Perguntei-me, porque esse desprezo, a essas pessoas que nos deram a vida nos conduziram pelo caminho, algumas vezes acertaram outras não, mas passaram suas experiências e ensinamentos, o que recebem? Esse desprezo e frieza.
Rostos cansados, enrugados pelo tempo, e um coração nobre cheio de sabedoria, mãos que ainda se estendem sorrisos que ainda iluminam.
Uma alegria que se observa ao fundo, camuflada pela dor, mas que se abre a mais remota proximidade.
Os anos passaram e não os poupam da degradação, não a física, mas a moral.
Há sempre algo bom a aprender com eles, sempre encantador tê-los por perto.
Suas histórias e memórias, algumas vezes falhas pela idade avançada, mas não menos interessantes e ricas em detalhes.
Sim, ela tinha olhos tristes, mas muita afeição para distribuir.
Não contive as lágrimas, quando me disse que era um ser humano que trabalhou a vida toda e só merecia um pouco de respeito, triste por ser motivo de vergonha para os filhos.
Filhos esses que deveriam ter vergonha de si mesmo.
Oras onde estamos, precisa pedir respeito?
Por favor, eles merecem respeito e amparo.
Lembrei dos meus avós, das coisas que fizemos juntos e doeu ainda mais.
Então é dessa forma que se procede?
Somos jovens, belos e produtivos, o tempo leva nossa juventude e somos descartados como sapatos velhos por muitos, porque não servem para mais nada?
Revoltada com tanta falta de sensibilidade e indulgência, só espero que esses mesmos nunca envelheçam para não passarem por esse descaso.
Aprendi tanto com aquele senhorinha terna e risonha de olhos tristes e cansados,
com seus cabelos branquinhos, sua voz rouca e pausada, que agradeceu-me pelos minutos de atenção.
Hoje vim agradecer pelo momento único que pude compartilhar com ela, e deixar registrada minha admiração pelo desprendimento e resignação daquela mulher e de todos idosos.
Guerreira e tão fragilmente hostilizada.
Prefiro pensar que existam anjos com um pouco de humanidade que os ampare
de alguma forma, mesmo tendo a consciência da atual situação que muitos se encontram.
Situações que embargam minha voz e açoitam meu coração,
Deixam-me sem palavras para finalizar esse desabafo.

...

quarta-feira, março 26, 2008

O amor pode sangrar




Anoiteceu dentro de mim
Isso sangra baixinho
Coração dilacerado
Essas lágrimas não param de cair
esses soluços sufocam minha razão
não posso evitar essa dor
aqueles sonhos agora estão perdidos
a tempestade arrasta tudo pela frente
me carregou para bem longe
e não consigo voltar
não era pra sem assim
falta o chão,
falta o céu,
falta encontrar a direção
cadê aquela canção que você me recitava?
Cadê nossas juras de amor?
Cadê os planos que idealizamos?
Onde foi que erramos?
Em que momento mudamos de caminhos?
Como apagar a trilha sonora de uma vida?
Como deixar esquecer os melhores anos?
Como apagar os momentos especias?
Por que não para de machucar
Se sigo querendo ficar
Eu tentei,
Sempre fizemos dar certo
Alguma coisa se quebrou
E essa sensação de estar se soltando que paralisa
Só queria sorrir aqueles sorrisos de antes
E desejar com aquela loucura
Onde dormiu a paixão?
Seria bom se pudesse voltar no tempo
Eu não me arrependo
Apenas escolheria outras alternativas
Queria me encontrar novamente em você
Essa á angústia que assombra
Porque nossos olhares não se cruzam
Não sinto mais nossas mãos se tocarem
Cadê as batidas do meu coração
Para sempre tornou-se muito tempo
E esse fracasso é cruel
Quem sabe o tempo dê um jeito em tudo
E conserte nossos erros
Porque preciso daquela felicidade de antes
Para entender que tudo faz sentido
De repente os risos
Deu lugar ao pranto
E não secamos mais as lágrimas
Antes éramos nós
E aprender a conviver com o eu
É a parte mais difícil
Não é tão trágico aos olhos de muitos
Mas essa dor se torna física
De tantos pedaços que me encontro
Como juntar?
Por onde começar?
Para que caminho seguir?
E seus beijos
Como vou esquecer?
E você
O que será de nós?
Se o nós se foi?
Como apagar essas mágoas?
Como esquecer o que dissemos?
Como ser alheio a isso
Se isso é parte de nós?
Sobrou silêncio esta noite
A madrugada parecia não ter fim
Essa solidão cortou-me ao meio
E você por onde andará?
Porque minhas perguntas não encontram respostas?
Porque não conheço o certo e o errado?
Porque estar longe
Quando se quer estar junto?
Porque se ferir quando está junto
Se conhecemos as conseqüências?
Porque tento esvaziar esse sofrimento
Com palavras
Se nem há o que explicar?
Já não sou aquilo que era
Cadê o sol, a lua,
E aquela estrela que você me deu?
Não quero experimentar a saudade
Mas ela já está a me rodear
Me leve daqui
Porque não sei se vou suportar
Ouvir esse adeus
Pedindo para ficar
Minhas gargalhadas
Agora estão abafadas
Pelos gemidos
Então eu vim aqui
para fazer um poema de amor
Mas só consegui
Falar de dor
Essa hora é insuportável
ter recolher o que ficou
arrancar você de mim
sem saber por onde começar
então me deixe aqui sozinha
que preciso encontrar as forças
E tentar recomeçar
Então olho para os lados
e pergunto
quem apagou as luzes?


***

terça-feira, março 25, 2008

Paciência tem limite!!!



Aquele ranço de arrogância me embrulhou o estômago, e logo no final do dia, já estava acometida pelo cansaço e o tédio me rodeava.
Mal atravessou a porta e queria ser notado(admiro pessoas autênticas e impetuosas), mas aquela presença era insuportavelmente irritante.
Qual a intenção de se portar com tanta presunção?
Detentor da verdade absoluta? Qual verdade? A dele só se for, porque todos torciam o nariz.
Não sou juíza de valores, nem tão pouco pretendo ser, mas o que me motiva a escrever, é a inclinação que algumas pessoas têm em contaminar o ambiente por onde adentram com uma facilidade incontestável.
Todos os olhares cruzaram-se naquele momento, como que uma sinfonia de pesar, a notória presença desconcentrou o recinto.
Não cumprimentou os funcionários, muito pelo contrário, destratou um deles, mal se dirigiu aos presentes, e sua postura era tão imperiosa como seu modo de agir.
As horas teimaram em passar. A atmosfera já havia tornado-se densa.
Se não fosse pela consideração e pela necessidade de estar ali, já teria me retirado.
Um ruído abrupto, novamente me roubou a concentração.
Não, pelo amor do Deus, não venha em minha direção.
Como se pudesse fazer algo. Fixei o olhar no livro que nem sabia mais o que estava lendo.
Aquela frase de muito mau gosto me fez respirar profundamente,
- vou me sentar aqui!
Assim sem mais nem menos.
O que ele pensa que é?
A essas alturas era tudo o que menos precisava, e a minha resposta foi automática.
Não, por favor, tem outros lugares aqui, prefiro permanecer sozinha.
E de novo aquele tom enojado roubou a cena,
- mas não estou pedindo sua permissão, estou dizendo que irei sentar.
Essa definitivamente foi demais, nem precisa dizer que cordialidade e boa educação, têm limites, não é mesmo. O meu havia se esgotado naquele minuto.
A autora dos ruídos agora era eu mesma, importunando o silêncio a minha volta e isso me contrariou ainda mais.
Dessa vez nem contei até três, levantei imediatamente, recolhi minhas coisas, peguei minha bolsa e segui em direção ao balcão para entregar os livros.
Eis que aquela voz terrivelmente azucrinante me fez engolir seco, quando ouvi:
- ei, onde pensa que você vai? Não terminei de falar com você!
Deus dê-me paciência, porque não vou me controlar.
Continuei andando até a porta de saída, até sentir um solavanco puxando-me para trás.
Instintiva foi minha reação:
- o que é isso? Faça o favor de soltar o meu braço agora e não vou repetir.
Minha nossa, os olhares agora eram todos para mim.
Ironicamente logo eu, que odeio chamar atenção, agora era o centro das atenções.
Algumas pessoas que estavam por perto se levantaram e vieram até mim, como se dissessem, precisa de ajuda?
Fiz com a cabeça que estava tudo bem, mas eles permaneceram ali.
Agora sim eu estava profundamente irritada e já não fiz mais uso da educação quando disse:
- Nunca mais, dirija-se a mim dessa maneira, não o conheço e nem faço gosto em conhecer, saia da minha frente que quero passar.
Sai sem ao menos olhar para trás.
Naquele instante tudo que queria era respirar ar puro e ficar sozinha.
Estava tomada de raiva. E odeio sentir isso.
Andei tão rápido que nem consegui me situar.
Experimentei um sentimento desagradável, no qual ainda sinto o gosto amargo.
Sou muito condescendente, mas tem coisas que fogem ao nosso controle.
Fiquei pensando se me faltava mesmo o equilíbrio, ou se agi apenas como qualquer humano faria.
E acabei percebendo o quanto a arrogância usada de maneira inadequada é um instrumento destrutivo.
Quem a tem em níveis elevados, se acha no direito de controlar e se impor no direito do outro.
Sinceramente espero nunca mais ter que cruzar com aquele personagem grotesco.
Penso que nosso papel como ser humano é cativar bons sentimentos e acumular experiências positivas e assim repassá-las, mas com toda certeza algumas pessoas nem sabem o que isso significa.

quinta-feira, março 20, 2008

Fase de transição



Me deu vontade de postar alguma coisa que estivesse sentindo realmente, mas não somente nesse breve espaço de tempo, há algum tempo já. Percebi o quanto minha vida tem tomado rumos diferentes, e como meus sentimentos e atitudes estão em fase de transição, de auto-conhecimento. Queria escrever sobre assuntos relevantes e interessantes, mas só consigo direcionar o foco ao meu umbigo. Egocêntrico isso não é mesmo. Tenho tido rompantes de egoísmo, coisa que nunca me permitir experimentar, já que antes sempre estava mais preocupada com os outros do que comigo mesma. Provavelmente usava esse artifício para descentralizar do mais importante, meu crescimento como pessoa, e o medo de descobrir as verdades, as “minhas verdades”, essas que ás vezes confunde e até chocam, mas que são parte do meu todo, e não há como me desvencilhar disso. Eu aprendi que só se aprende errando, e isso me tirou do sério, porque eu não me permitia errar, até parece né. Porque ser dessa forma?Tropeçar, cair, se machucar, cuidar das feridas até elas cicatrizarem, depois sacudir, levantar e retomar o caminho. Processo doloroso, mas inevitável. Buscando um equilíbrio dentro do meu próprio universo, tem sido uma procura constante, me deparei com eu mesma, e isso amedronta. Esse confronto com o que se é e o que se espera e pretende ser é complicado. Todos em algum momento do caminho percebem que as mudanças se fazem necessária, e essas de certa forma mais complexas do que o esperado. Mas essa sensação de estar experimentando as mudanças lentamente, em doses homeopáticas, e cada qual em sua maneira peculiar de enxergar e encarar os fatos. Despi-me da hipocrisia tempos atrás, que vem acompanhada dos pré-conceitos altamente corrosivos, o que não foi um processo fácil confesso, mas que precisava vencer. Essa ânsia de encontrar meu eixo (um amigo disse-me que saiu do eixo pelo menos uma vez por mês), acho que muito provavel até mais vezes, estou na busca de reequilibrar esse eixo interno. Será que conseguirei essa proeza? Viver é sempre fazer escolhas, optar pelo que julgamos no momento ser o mais conveniente, e toda escolha resulta em alguma renuncia, o “X” da questão é justamente esse, avaliar os prós e contras, porque essas decisões não vem com manual de instrução, mas é preciso arriscar e assumir certos riscos. Provavelmente meu raciocínio esteja limitado, e eu esteja andando em círculos, talvez aí esteja a razão de querer escrever algo, para ver se consigo avançar e encontrar possíveis respostas. Li em algum artigo sobre mapear nossas percepções, olha é um exercício extenuante e constante, mas possível de ser realizado e até coerente em certos aspectos. Tenho praticado. Equilibrar o que temos de melhor com a diminuição do que nos pesa, era exatamente isso que falava o artigo. Conhecer as qualidades e perceber com mais objetividade os defeitos e pontos frágeis, com isso encontrando sentimentos e possibilidades novas de se descobrir e isso é fascinante, porque outras coisas em torno do que somos vão sutilmente se modificando, e é dessa adaptação que estou tentando escrever desde o início. A capacidade que o ser humano tem de se ajustar em novos modelos, em se permitir mudar e experimentar novos desafios é incrível e surpreende. Essa flexibilidade aflora mais em uns que em outros. E os medos são aliados para estimular esse desenvolvimento, é a partir dele que nos posicionamos diante dos fatos. Queremos sempre estar certos de tudo que nos propusermos a realizar, e a única coisa que sabemos é que convivemos com o oposto a incerteza, não existem verdades absolutas, depende do ângulo que é visto, o que também é muito relativo, surgem então os conflitos e como solucioná-los. O interessante disso tudo é saber misturar todos esses sentimentos e teorias, e ver o que acontece na prática, tentar incorporar o bom senso, a intuição as nossas necessidades e anseios. Refletir sobre os passos que avançamos ou recuamos, nos aceitar e compreender que a evolução é uma busca interna, não há como se projetar em outra pessoa. Ser sempre o mais honesto consigo mesmo antes de qualquer coisa, sair da concha vez ou outra para espiar o fluxo do mundo, se permitir tudo que é possível e não se cobrar se os erros fizerem companhia nesse descobrir diário, faz parte do aprendizado, o importante é não ferir o direito do outro, respeitar nossos limites e porque não ultrapassa-los??? A melhor parte de nós é quando nos descobrimos possíveis de coisas inimagináveis e nos consentimos ser o que somos, imperfeitos seres humanos.
...


* contuto, estou buscando encontrar o melhor que posso ser *


segunda-feira, março 17, 2008

Aprendendo ...


"Amor que é amor de verdade começa dentro da gente,
é amor próprio, natural, protetor...
Aquele que se quer bem,
que se faz bem,
para só depois ser transferido...
Amor é o que nos impede de amar o outro mais do que a nós mesmo,
porque isso não é amor,
é possessão, submissão
e não faz bem...
Essa é a pré-condição da existência amorosa,
amar-se muito incondicionalmente, antes de amar o outro.
Amor é família, é amizade, é profissão,
é o homem que amanhã vai envelhecer junto contigo.
Amor é Bom Dia! Boa Tarde! Boa Noite!
Assim mesmo, empolgado, com os olhos brilhando...
Amor é café da manhã a dois,
é um oi inesquecível no meio da tarde,
é um telefonema inesperado,
um e-mail descontraído,
é o gesto mais simples se tornar especial, inexplicavelmente.
Amor é poesia.
Amor é vida, é cheiro, é pele, é sabor, é música.
Amor é silêncio consentido,
é blábláblá divertido e gargalhadas intermináveis.
Amor é carinho, é colo, é cafuné, é admiração.
Amor também é estrada,
é estrela cadente,
é sonhar acordado, de repente.
Amor é fantasia, é intenção
é desprendimento, é compaixão.
Amor é chão, é caminhão de carinho,
é nunca se sentir sozinho mesmo estando desacompanhado.
Amor é oxigênio,
Adrenalina que impulsiona
feromônios que alucinam
é a liberdade de se permitir ser feliz!
Amor é cumplicidade, companheirismo e lealdade.
Amor é calor, é respeito, é aconchego.
Amor é saudade, é beijo, é abraço, mas amor também é dor...
Dor que o tempo cura,
dor que adormece - dor que nem sempre se esquece.
Amor que é amor começa com flor e às vezes, acaba com espinho,
algumas vezes, em outras se acabam os espinhos e o amor continua, renasce.
Ficar é para todos,
é descompromisso
Beijar é para todos.
Enrolar é para todos.
Transar é para todos.
Apaixonar é para todos.
Flertar é para todos.
Paquerar é para todos.
Amar não.
Amar é para poucos...
O amor é exigente por si só,
Mas demanda apenas dedicação e cuidados.
é entrega, mas nunca subversão!
Quer mais compromisso,
mais desprendimento, mais atenção.
Quer mais respeito e consideração.
Quer mais amanhã e depois e depois e depois e depois...
O amor é de quem tem fé,
é pra quem perdoa,
pra quem não de medo de se jogar,
pra quem é simples e bem resolvido consigo mesmo.
Pra quem não tem medo de se machucar,
cair e levantar.
O amor é de quem divide o bem, a dor, o travesseiro,
o último pedaço de chocolate...
E de quem sabe conciliar paciência com romance
e juras eternas embaixo do edredom num dia de chuva.
O amor é de quem cria,
de quem espera,
de quem faz acontecer.
Amor é olho no olho,
boca na boca,
corpo no corpo...
É transparência.
É pé na frente, não atrás.
Amar... Amar sempre! Amar mais... amar quanto puder!
As coisas, as pessoas, a natureza.
Se amar sempre em primeiro lugar!
Não esperar o valor do outro,
mas delimita o seu!
Nesse mundo modista,
esta é a moda que eu inventei
E pena de quem se priva dessas sensações
por medo de se envolver
Pois não viveu as melhores emoções...



*E então eu li num livro

Que amar nem sempre é sinônimo de dor,
Que a gente deve acreditar no destino seja o que for
E que o sentido da vida é nada mais que o amor.
Eu li num livro
Estava escrito nas entrelinhas,
clichês as vezes fazem sentido.
Que um erro pode ser consertado
que as pessoas são humanamente imperfeitas.
E que não deve ser julgada apenas pelo seu passado.
Eu li num livro
Que a esperança é a ultima que morre,
Que o covarde é o primeiro que corre
E que um sonho as vezes é só um sonho,
mas que você deve arriscar
e ousar sempre!
Estava escrito em cada linha
Que as vezes a culpa não é sua nem minha,
Que uma pessoa pode até viver sozinha
Mas sempre vai precisar de alguém, em seu coração.
Eu li num livro
As palavras que eu gostaria de ter escrito
Porque o que é belo nem sempre é bonito
E um sussurro dito aos ouvidos,poderá soar como um grito.
Estava escrito,
Que nenhum dia deve ser perdido,
Nenhum momento arrependido
Porque a vida é passageira
Então: eu digo eu Te Amo,
Antes que assim seja tarde demais!
Eu me Amo,
Porque conheço minhas virtudes
Aceito meus defeitos
E desafio meus medos...
É o que tenho dito,
pois aprendi com o que estava escrito,
aprendi com o que vi e vivi,
E vou levar para a vida inteira
que os melhores momentos
são breves apenas no mero espaço do tempo
e eternos enquanto a alma guardar! "

sábado, março 15, 2008

Nada explica esse momento!




Como esperei por esse dia
Como desejei que ele chegasse logo
Houve vezes que pensei que tinha fracassado
Mas a vontade de vencer e a esperança
Nunca me abandonaram
Derramei tantas lágrimas por ter
Parado no meio do caminho
Mesmo querendo continuar
A minha desolação me motivou
A persistir até chegar aqui
Meus pés ficaram pesados
Naquela parte do caminho que cai
A dor foi incomensurável
Impossível descrever
O sufoco de não depender do meu esforço
O céu quando desaba
Traz a sensação mais devastadora
Os dias passaram num luto profundo
Minhas expectativas rasgadas em mil pedaços
Meu coração dilacerado
E meu orgulho massacrado
Não bastava chorar e me fazer de vítima
Só o tempo e a determinação conserta as coisas
As forças brotaram misteriosamente
A vitória estava na minha frente
Bem no final do túnel havia uma
Luz quase se apagando
Que tratei de recuperar
O caminho foi extenuante e penoso
Mas o meu querer sobreviveu bravamente
As adversidades que a vida me pregava
O tempo não volta,
mas as escolhas e
A capacidade de superação
Mostra outros caminhos
Tão possíveis quanto os desejados
Hoje choro novamente
Mas não são as mesmas lágrimas
De outrora
O sabor que agora sinto molhar meu rosto
É de satisfação por ter enfim chegado aqui
Nada nesse espaço terreno
Vai conseguir definir
Essa euforia que agora sinto
Meu coração quer sair para compartilhar
Essa conquista
Minha alma está em festa
E meu sorriso não cabe em mim
Ansiei por esse momento
E o idealizei inúmeras vezes
O que não sabia é que
Seria infinitamente melhor
Só quem passa por aqui
Consegue dimensionar
Esse prazer inestimável
De ter vencido
Mais que uma conquista pessoal
Uma conquista moral
As pedras me ajudaram a subir
E hoje se tornaram minha fortaleza
Isso não é simplesmente um canudo
Mas o meu esforço reconhecido
O prêmio por noites em claro
Por horas de estudos
Por dias de aflições
Que hoje mostram-se
Tão incrivelmente significativos
Eu faria tudo novamente
Só para sentir tudo isso
Eternizado em minha existência
Hoje completo mais um ciclo
E avanço mais um degrau
Na escada dos meus objetivos!

segunda-feira, março 10, 2008

Como estações: meu instante inusitado.....


Olho para o céu e lá está tudo do mesmo jeito,
tudo como antes...
As coisas estão nos mesmos lugares de sempre,
O sol, a lua, as estrelas, o vento, o mar, as paisagens,
as pessoas seguindo seu caminho, o universo prossegue na mesma órbita...
O tempo passou e a única coisa que mudou foi eu mesma...
Minhas escolhas,
meus pensamentos,
as decisões que deixei de tomar,
as que tomei e as que ainda irei tomar...
Já posso sentir o frio gelado,
tocando minha pele,
O inverno chegou cedo,
e trouxe com ele as incertezas,
Os tormentos agora são meus companheiros,
Fria e intempestiva feito a neve
vou me bastando do que nem mesmo escolhi...
Caem as folhas do outono,
Trazidas pelo vento,
secas e estridentes
Uma brisa fresca e suave num momento de melancolia e insegurança
Nada sei do que está por vir...
Só promessas sem fundamentos,
apenas intenções inadequadas...
As cores,
o perfume,
o brilho,
as vibrações,
Chegou a primavera,
brincando com as sensações
Iluminando os sorrisos e resgatando o tempo perdido
Época de idealizar os sonhos
ir em busca do que realmente faz sentido...
Verão agora se faz presente,
Quente,
penetrante e jovial,
agora encontrei o que preciso
Consigo avistar o destino a minha frente,
Agora é a época dos sonhos se tornarem reais,
É momento de fazê-los serem possíveis...
Você vem comigo,
dentro do peito,
aconchegado em meu coração
Nos dias frios será o que me fará superar as tormentas
Porque de mim sabe o ontem,
vive o hoje e espera do amanhã,
O medo ficou para trás,
como reflexo de uma imagem que nem mesmo eu voltarei a ver...
Boas vindas ao novo tempo,
boas novas ao que de singular existe...
Saudações á Felicidade,
que novamente vem dar-me o ar de sua majestosa graça,
encantando meu espírito com sua afetuosa alegria...
Neste momento,
sei o que tenho,
amanhã outros invernos virão,
mas a certeza de que o sol nasce de novo me acompanha

***

........... And so you promise that tomorrow be different than today ......

quinta-feira, março 06, 2008

it will be that I find myself?




"... Eu sou as gotas de orvalho na grama verde,
sou a brisa que antecede a chuva no campo.
Sou o sol da primavera,
as flores que cobrem delicadamente as árvores;
O perfume que chega à você pairando ao seu redor;
O sorriso da mãe que acompanha os primeiros passos do filho,
Sou a emoção de ver o sol escondendo-se na linha do horizonte;
Mas acima de tudo,
e isso realmente faz de mim, o que sou:
Carrego comigo um pouco de tudo que ví,
guardando em mim em pedacinho de cada momento que vivi.
O difícil é sair e não olhar para o que ficou.
Seguir como a nuvem que vai onde o vento determina,
sem questionar a direção.
Tantas vozes fazem eco, agora.
Tantas mãos ainda seguram a minha.
Tantos esperam por mim,
tantos dependem de mim...
E eu?
Apenas necessito de um porto seguro,
do seu porto seguro,
onde espero ancorar minhas inquietudes
e desbravar nossas intenções mais secretas ..."



****


"Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia". (Nietzsche)



>>> and still I wait to understand *

segunda-feira, março 03, 2008

Poema....


***


... E serei livre!
Lavada de sonhos
pintalgada pelas luzes azuis dos vaga-lumes,
envolta em nebulosas:
rutilantes gotas dos orvalhos das manhãs!
Acabarei nua,
-numa longa gargalhadade arrepio
cortando a pele estremecida,
as mãos balançando gestos sem sentido,
a boca, esboçando articulações sem significado!
Dirão que fiquei louca
e tentarão cobrir minha vergonha
com a malícia dos tecidos!
Recitarão versículos bíblicose
eu sem pudorc
ontinuarei rindo,
porque não terei pecado
descoberta de tudo,
livre de tudo,
descentralizada
alguém sem os outros!
Sem nada no peito,
sem nada na Mente,
sem guerra no pensamento,
sem fogo no sangue,
sem sexo!
Nua!
- Uma coisa indiscutível,
sem intenção, sem vontade
apenas estacionada
na verdade sem complexo!
Fugindo da vida
-essa desgraça que traz gastos
desde a conta da Maternidade!
Vive-se em dívidas!
Todos tem seu juro em cobrança!
Não adianta lubridiar a Cronometria,
na escapa do dia-após-dia,
passa a vez de ser criança,
chega a velhice,
o Tempo com a sua mão agiota
tudo arrepanha!
A Vida que se ganhou é um Esporte!
É uma barganha que a gente paga com aMorte!
Nunca serei livre!


(Cassandra Rios)

***

Onde leva o ciúmes???

















Como a lâmina que fere
Isso sufoca, machuca
Devasta minhas ações
Me corta de todos os lados
Tanto zelo não faz bem
Nem a você, nem a mim
Nem a ninguém
Essa possessão é nociva
Me arrasta contigo
Para esse abismo de desespero
Que não quero estar
Ouça esse ranger de dentes
Suas mãos estão me apertando
Mordendo os lábios como fera
Fuzila olhares em protesto
E acorrenta meu espírito
Me deixe respirar
Preciso voar
Alcançar outros horizontes
Liberta dessas grades
não estrague o que há de bom
O amor não fere a alma
Não afugenta as possibilidades
Esses monstros não são reais
Habitam apenas em sua imaginação
Mas não assassine minha liberdade
Nem devaste minha sanidade
Perca esse medo de perder
Ninguém é de ninguém
Não cultive essa tortura
Sentido nenhum possui
Que amofina e corrói
Então seque minhas lágrimas
Essa rosa também sangra
Não queira ver morrer lentamente
Não deixe a luz se apagar
Deixe me gritar dessa vez
Ouve esse pedido de socorro?
Leve-o para bem longe daqui
Onde de lá me esqueça
E adormeça
Trazendo-me a paz sublime
que aguardo inquieta experimentar!