quinta-feira, março 15, 2007

Palavras...

Espada entre flores,rochedo nas águas,assim firmes, duras,entre as coisas fluidas,fiquem as palavras,as vossas palavras.Pois se por acasodentro dos sepulcrosacordassem as almase em sonhos confusossuspirassem rumosde histórias passadase houvesse um tumultode ânsias e de lágrimas,- lembrassem as lágrimascaídas no mundonas noites amargascercadas dos murosdas vossas palavras.Todas as palavras.Nos espelhos purosque a memória guarda,fique o rosto surdo,a música bravado humano discurso.De qualquer discurso.Só de morte exatasonharão os justos,saudosos de nada,isentos de tudo,pascendo auras claras,livres e absolutos,nos campos de pratados túmulos fundos.No meio das águas,das pedras, das nuvens,verão as palavras:estrelas de chumbo,rochedos de chumbo.A cegueira da alma.O peso do mundo.Adeus, velhas falase antigos assuntos!