quarta-feira, setembro 03, 2008

Minha Caixa de Pandora





Em um determinado momento em nossas vidas, chega o grande “dia” de abrir a Caixa de Pandora.
O instante inadiável de nos confrontarmos com nós mesmo.
Como no mito grego, todos os tesouros da humanidade reunidos e guardados secretamente, a “nossa caixa de Pandora” não foge o tema.
Aqui moram os afetos e desafetos de uma jornada toda, anseios, medos, demônios e anjos, fantasias e fantasmas, sonhos e frustrações, o lado escuro e misterioso que mora em cada um.
Não tem volta, se abrir, não há retrocesso, é um caminho sem volta.
Estar diante da própria essência é assustador, ao primeiro virar da chave,
Piscar de olhos todo o universo que conhecíamos até então passa a ter outro sentido.
Ao mesmo tempo, que revelar-se seja um alívio também é um tormento, porque nunca sabemos o que irá ser encontrado, nem qual será o próximo passo.
A compreensão do que não conhecemos pode até ser uma afronta e limitado.
O mais engraçado disso tudo, desse processo de “auto-decifrar” é que mais parece um vai-e-vem que não me remete a lugar algum, não consegui me entender, menos ainda me encontrar, agucei minhas assombrações e não consigo lidar com elas.
Fiquei foi envenenada de conceitos e agraciada de possibilidades, inutilidade divagando
no silêncio da minha alma, todas as luzes apagadas.
Mas, eu tenho medo do escuro, e essa calmaria me alucina.
Acho que não foi boa escolha, mas quais foram as escolhas?
Algumas nem foram conscientes e até involuntárias.
Pago por elas? Me culpo por elas?
Convivo com elas...
O vazio que habita meu próprio abismo é a escada que me leva a novas escolhas.
Mas é o que invariavelmente sinto nessa ocasião, não suporto o fator dúvida,
Nem me dou bem com essa conspiração de sentimentos, nunca fui boa em avaliações,
sempre me perco no meio do caminho, pior é que muitas vezes a teimosia me alcança, e feito criança mimada, quero soltar das mãos e tentar sozinha, acho que sempre vou dar conta do recado e de todo o resto, mas é que de vez em quando eu também me procuro e a tarefa de retomar ao ponto de partida é apenas minha.
Pode ser uma grande perda de tempo, então eu me rendo, essa que mora dentro de mim é mais obstinada do que eu pretendia ser, e se eu me afasto, ela torna me empurrar.
Uma odisséia homérica essa que veio me encontrar, e o pouco de lucidez que me resta me manda calar a boca!
Caixa fechada, já vi o bastante, esmiucei demais, os próximos capítulos pretendo descobrir ao acaso.


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