quarta-feira, abril 09, 2008

O preconceito contamina a alma




Hoje o assunto que me motiva a escrever é muito mais discutível do que se imagina, e ainda assim tão menosprezado e camuflado.
Falar sobre preconceitos é sempre algo delicado, mas como diz meu amigo está “na moda”, agora me pergunto em qual “moda”, será na de massacrar e condenar alguém por suas escolhas e gostos?
Vai ver era dessa moda que ele se referia, já que em se tratando dessa questão só consigo enxergar algumas pessoas acometidas de tamanha hipocrisia.
De acordo com o dicionário é o termo designado para "conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida".
Pois é sempre foi o que realmente imaginei ser.
Diferença é a qualidade de ser diferente, de divergir de ser desigual, não semelhante, ou seja, nós como meros aprendizes desse espaço de tempo terreno que nos é concedido, vamos ao longo da existência incorporando valores e aprendendo a respeitar o outro, e suas características, mas será que fazemos isso?
Desde muito cedo, lidamos com os conceitos de igualdade e diferenças entre todos os indivíduos, o fato é como esses conceitos são passados de geração para geração.
Há tempos atrás quando as pessoas careciam de informações e orientações sobre certos assuntos, até seria tolerável compreender que alguns temas eram objetos de tabus, mas não me venha dizer que em plena era globalizada isso ainda está presente, e o que é pior, maciçamente presente.
Irônico não é mesmo, evoluímos em tantos aspectos, na tecnologia como exemplo, mas nesse aspecto justamente ainda vivenciamos a era mais tosca de todos os tempos.
O grande desafio do ser humano talvez seja realmente esse, respeitar as diversidades, seja elas de opiniões, de multiplicidades, de experiências, cultural, sexual, etnias, religião, idades, de atitudes, de todos os níveis possíveis, ser “diferente” dos moldes estabelecidos pela sociedade gera discussões, indagações, repudia e o bichinho do PRECONCEITO, é um exercício de cidadania, um exercício interno primeiramente.
O fator cultural pesa muito nesses julgamentos antecipados, valores, ideologias, contribuem para contaminar as pessoas com esses sentimentos que só fazem mal para quem os experimenta e os lança desproporcionalmente.
Mas em qual dos conceitos ditados pela sociedade como toleráveis você se encaixa?
Sempre existirá alguém que não aceite suas idéias, não goste da forma como você se veste, da maneira como você demonstra as emoções ou como se comporta diante de algumas situações.
Com toda certeza é muito complicado limitar o certo do errado, até onde a verdade do outro é a absoluta e onde começa a sua verdade.
Mas também não há como dizer que jamais somos ou seremos preconceituosos por qualquer motivo que for, já que sempre existirá coisas que nos incomodam, e passamos assim a adotar automaticamente a posição de pré-conceito, que nada mais é que fazer um pré julgamento sobre algo que não sabemos exatamente o que significa ou como se procede.
Mas podemos amenizar as coisas, não discriminando ninguém por suas opções ou condições, de maneira precipitada e injustamente.
Precisamos sim respeitar o comportamento de cada um de acordo com sua conduta particular.
Estou fazendo uso do chamado “nariz de cera” em jornalismo, para deixar minha insatisfação em algumas situações que infelizmente presenciei nos últimos tempos.
Apontar o dedo para outro indivíduo sem critérios nenhum é exercer crueldade em primeiro grau.
Abominável quem se acha no direito de ser o detentor da verdade e se julgar melhor que alguém por alguns aspectos que os divergem.
Sou vítima de presenciar fatos que nem encontro definição para tais, mas também nos últimos dias pude vivenciar o outro lado do preconceito, o lado de dentro.
O ser discriminado é algo que nos deixa profundamente abalados e desconcertados, mesmo se você tem uma postura firme sobre seus ideais e conceitos, mesmo assim machuca.
As pessoas são diferentes por inúmeros motivos, e respeitar a todos é um dever, é imprescindível, não estou dizendo para compreender ou aceitar, aprender a conviver em harmonia é uma tarefa constantes, mas tão desesperadamente necessária.
Eu entendi como é ser olhado diferente, como é ser julgado por algo que você escolhe ou decide, como é ser desrespeitado sem o menor cabimento, e garanto não é nada agradável se ver obrigado a defender-se mesmo sem vontade ou necessidade aparente.
Já havia passado por situações de discriminação por motivos familiares, por ter alguém em uma condição especial em casa, o que nem vou tocar no assunto, porque renderia muitas páginas. Mas uma coisa é sentir o peso do preconceito por terceiros outra coisa é sentir como eles sentem.
Cada ser humano é como é, distinto em suas particularidades, e ninguém é 100% bom ou 100% mau, somos o que somos, e vamos caminhando tentando acertar, erramos na maioria das vezes, mas na tentativa de fazer a melhor opção.
Como o milenar ditado celta “Toda vela acessa projeta uma sombra, não deixe que ela tome conta de você. Sair do lado escuro da vida e aproveite o sol.”
Não vamos nos deixar contaminar pelos conceitos equivocados.
Quem sabe abrir os olhos para nós mesmos e aprimorarmos o que temos de melhor, conseguimos enxergar no outro semelhanças que nem imaginávamos que existissem.
O respeito às diversidades é o melhor caminho para paz.
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Um comentário:

Por Luiza Paiva disse...

ótimo seu blog aqui!!!
Muito bem feito.. adorei!!!

ah.. atualizei o meu: depois de muito tempo, né!!!

bjs flor!!!

Luiza Paiva