terça-feira, fevereiro 12, 2008

Conselhos inúteis....



O que somos diante dessa imensidão????


Manhã ensolarada, estava eu apreciando meu café e sentada compenetrada no meu trabalho, que por sinal estava todo acumulado.
Áh, a noite passada foi terrível, tenho tido crises de insônias abomináveis,
Cada vez mais freqüentes, o que não vem ao caso,( apenas para ilustrar meu estado de espírito), mas me remete ao “x” da questão.
Como de costume, fone no ouvido, inúmeras janelas abertas no meu PC, entre elas
A do MSN( onde me encontrava “ausente”), e muito trabalho em andamento.
Eis que aquele barulhinho “infernal” do ‘pedindo atenção’ me arranca a concentração.
Quando vou responder, é uma amiga, estranhamente tinha sentido falta dela, há dias não conversávamos, mas cada uma com suas responsabilidades e afazeres.
Pergunta se estou ocupada, e posso “ouvi-la” um instantinho.
De Fato estava precisando desviar a minha atenção, meu café já havia até esfriado.
E começamos a conversar.
Surpreendida fico quando ela me pede um conselho, aliás, nem sei se surpreendida seria a palavra, fiquei foi estarrecida. Era 09h45 da manhã, meu dia estava sendo péssimo, e eis que piora a partir de então.
Pensando em nossa conversa, não me desceu mais café, almoço e até agora estou
Tentando concatenar as idéias.
A Malila, me pedindo conselhos sobre a melhor forma de se matar?
Espera aí, eu tinha que sugerir uma forma mais eficaz?
Que loucura é essa, não estamos falando de qual roupa seria mais apropriada
Para um evento, ou sobre itinerários de viagens.
Meu cérebro literalmente congelou. Meu raciocínio ficou cada vez mais lento, eu achei melhor ligar para ela, afinal, só podia ser ‘brincadeira’.
Ei, aquela mulher sacudida que conheço, batalhadora e revolucionária, o que estava acontecendo?
O telefone tocou até a ligação cair, insisti mais duas vezes, e ela atendeu, com uma voz chorosa e desconsolada.
Estávamos a mais de 500km de distância uma da outra, e eu totalmente perdida no que dizer.
Ficamos uns 20 minutos conversando, repassando todas as encanações dela, e tentando
Expulsar aquela ‘idéia’ absurda.
Ela estava irredutível, e veementemente me instigando a dar “possíveis soluções” para acabar com a própria vida.
Achei que ela estava mais controlada, é aparentemente pelo menos, estava.
Prometi que ligaria mais tarde para saber como ela estava, e intensifiquei para ela não hesitar em me ligar a qualquer momento.
Bem no instante que pensei em dar até logo, ela me disse, que mesmo tendo sido
Reconfortante conversar comigo, ela já estava certa do que faria.
E me despejou ‘a bomba’ de uma vez só.
“Tázinha, tô com câncer de mama, e não consigo lutar contra isso”
Assim, de uma vez só, sem ensaiar. Direta e efusiva como ela sempre foi.
Se eu estava pasma até aquele momento, fiquei aterrorizada.
Eu, só pensava em encontrar alguma coisa que fosse certa para dizer.
Se é que existe alguma coisa certa para se falar nesses momentos.
Ela percebeu minha perturbação.
Os 20 minutos iniciais agora, tornaram-se 50 minutos.
Entendi o seu desespero, pelo menos compreendi.
Como será que eu reagiria?
Talvez da mesma forma. Ou pior, definitivamente não sei.
E até agora, não saberia responder se me perguntassem como me sentiria, já que
Estou me sentindo terrivelmente péssima mesmo não se tratando de mim.
A gente conversou muito depois desse ‘torpedo’ que ela me revelou.
É claro, que ela não está sozinha, nem estará, alguém como ela, infinitamente especial,
E com uma força descomunal que sempre admirei.
Vai com toda certeza sair dessa, no que depender de mim, estarei de vigília o tempo todo.
Mas o que me remete a uma reflexão, e novamente essa impotência diante da “vida”, que fica mais evidente.
Ultimamente essa ‘sombra’ tem me perseguido, e juro que estou tentando aprender lidar
Com ela da melhor forma possível.
Mas quando existem tantos sentimentos envolvidos, tantas questões tornam-se mais
importantes, sinto-me assim ‘tão pequeninha’, absurdamente ‘pequenininha’.
Não quero ficar martelando sempre na mesma tecla, mas estou consideravelmente desorientada.
Talvez esteja emocionalmente abalada ao ponto de ainda não conseguir digerir tudo, e formular melhor como as coisas são.
Ela me fez indagações, que me fizeram pensar, e pensar muito, me fez perguntas que
Infelizmente não conheço as respostas. Será que estou cumprindo fielmente meu papel de amiga?
Pois sinceramente me senti inútil hoje, indescritivelmente sem utilidade.
Não só não respondi aos seus questionamentos, como me mostrei assombrada.
Não queria que ela percebesse minha fraqueza diante de acontecimentos dessa natureza, mas, ainda não sei controlar certos impulsos.
Ela já se encontrava fragilizada o bastante.
Eu fui péssima, eu sou péssima, eu estou péssima.
Que as forças me impulsionem a sair desse estado de prostração,
E da próxima vez, ser bem melhor do que pude ser hoje.
Só uma certeza me norteia, conselho as vezes são infundados e perdem o sentido,
Nossa posição pode valer muito mais, se for a de apenas ‘bons ouvintes’.

E a única coisa que podemos fazer é não desistir nunca,

estar preparado para 'as batalhas', porque elas surgem quando menos esperamos.

Lutar sempre!

Não se pode entregar os pontos sem ao menos tentar...


****...........................*****


Nenhum comentário: