terça-feira, fevereiro 19, 2008

De fases como a lua


Para os que conhecem
Melhor nem tentar entender
Para você que não sabe
Desista é o melhor conselho

Inconstante como a lua
Mil em uma
Uma em mil
Tenho meus momentos
Na maioria imprevisíveis
Ou talvez inimagináveis
Passo por todos os estágios

Não vou em busca do porquê
Sempre foi assim
Instantes de transição
Procuro me reafirmar
Sou Medrosa,
Mas aprendi encontrar a coragem
Posso dormir com ursinho
Mas de onça sei me vestir

O que eu quero?
Por onde eu ando?
O que tanto busco?
Por que assim e não assado?

Sou mulher e por si só complicada
Excêntrica por excelência
Profunda por natureza
Audaciosa por vontade
De TPM fico impossível
Mas sei ser Zen quando precisa

Pensa que me conhece
Acha que me domina
Sonha que me conquista
Acredita que eu desisto

Questiono o que não há respostas
Suporto o que nem imagina
Me liberto nessas fases
Diversas e sorrateiras
É só não me provocar
Que sei ser boa menina
Ou então mude-se para
Bem longe das minhas garras

Com a matemática me entendo
A gente se multiplica
Luto por causas perdidas
Talvez me incita o desafio
Provavelmente me perderei neles
Mas jamais recuo diante dos muros

Caminho pelo vale das dúvidas
Achando estar certa de tudo
Se a decepção me alcança
Me rasgo, me dilacero, me condeno
Mas me refaço, me reinvento
Descalça ou de salto,
sacudo os ombros, e olho nos olhos
Balanço os cabelos, cruzo as pernas,
De mini-saia ou calça jeans
Eu uso unhas vermelhas
Nem queria sentir o sabor dos meus beijos
Vai se queimar no meu desejo
Ou se matar de desespero

Vou de um extremo ao outro
em poucos segundos
como uma roda gigante
de apaixonada a assombrada
de carente a decidida
de frágil a poderosa
de confusa a confiante
de melancólica a extasiada
de candura a arrogante
de submissa a controladora
de menina a mulher
de sonho a pesadelo

Você não precisa me entender
Não fui feita para ser analisada
Apenas para ser amada
como as estações do ano
como os signos do zodíaco
minhas características são tantas
e meus devaneios inúmeros
minhas fraquezas são tantas
e meus anseios um mistério

Sei fazer cara de dengo
E usar meu lado fatal
Da minha paz vai se lembrar
Mas se me ver brava saia correndo
Faço manha, bato a porta
Me escondo debaixo do edredom
Devoro sozinha a caixa de bombom
Ouço aquelas canções melosas
Mas curto o rock das emoções
ou a balada das paixões
ou quem sabe o samba que me quer bem
a melodia da vida que me impulsiona

Nessa frenética busca
Melhor não seguir meus mandamentos
Sou mutável e flexiva
Adoro que me siga
Mas se sufocada me sentir
Minha falta vai descobrir

Prefiro seguir com as borboletas
Minha liberdade é meu maior refúgio
Se quiser me compreender
Simplesmente me aceite!

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