quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Senão enlouqueço


Não sei porque escrevo
Se sentido nenhum encontro
Nessas frases desconcertantes
Nessas palavras sem cabimento
Nessa incoerência que me atropela

Esses pensamentos lutam comigo
Se acomodam e causam incômodo
Preciso dissipar esse pranto
Não consigo controlar o espanto

Esses versos não podiam existir
Não bastasse a lacuna que fica
A tortura do desapego
É melhor me livrar deles

Não sei porque escrevo
Se é de alegria ou tristeza
Se comemoro ou amaldiçoou
Essa inspiração que leva-me o sono
Que controla as emoções
E coordena meus impulsos

Melhor me desfazer logo
Esvaziar essa profundidade
Que a alma encontra
Quando perdida fico
Sem saber por onde caminhar

Já nem sou dona das vontades
A invasão traz o rompante
Que faz de mim
A refém de meus próprios
Pensamentos

Escrevo para não sufocar
Melhor não confrontar
Escrevo buscando o sossego
Dessa alma inconstante
Desse peito pungente
Do pensar descontente
E da certeza
Do alívio que encontro
Depois desses rabiscos inúteis
Que só fazem sentido pra mim

O que me resta?
Escrevo
Senão enlouqueço!

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